A BYD prepara-se para lançar sistema de 1.000 volts que permite carregar 300 km em cinco minutos. Objetivo é ter carros elétricos quase tão rápidos como os combustão.
A BYD, fabricante chinês de veículos elétricos, está prestes a revolucionar o mercado com o lançamento de uma nova tecnologia de 1.000 volts. Este avanço permitirá que os seus modelos recuperem 300 km de autonomia em apenas cinco minutos, com uma carga completa a ser alcançada em dez minutos. A nova arquitetura será introduzida nas renovadas versões dos modelos HAN e TANG L, marcando mais um passo na liderança tecnológica da empresa.
Enquanto muitos fabricantes ainda operam com sistemas de 400 volts e alguns começam a adotar a tecnologia de 800 volts, a BYD ultrapassa a concorrência ao anunciar o sistema de 1.000 volts. Este salto tecnológico não só acelera significativamente a velocidade de carregamento, como também melhora a eficiência energética. A perda de energia durante o carregamento, conhecida como resistência óhmica, é reduzida drasticamente com voltagens mais altas. Por exemplo, num sistema de 400 volts, a perda é de 85 watts por metro de cabo, enquanto num sistema de 800 volts, essa perda cai para 21 watts. Com 1.000 volts, a eficiência será ainda maior.
A BYD, que já é conhecida pelo seu ritmo acelerado de inovação — registando até 45 patentes por dia —, está a preparar-se para lançar esta tecnologia em meados de março. Além de reduzir os tempos de carregamento, a nova arquitetura promete diminuir o peso e a complexidade do sistema mecânico, além de prolongar a vida útil da bateria ao reduzir a sua carga de trabalho.
No entanto, para tirar o máximo partido desta tecnologia, será essencial dispor de uma rede de carregadores ultrarrápidos e ultrapotentes. A BYD estaria já a trabalhar no desenvolvimento de uma rede própria, embora ainda não tenham sido divulgados detalhes sobre o número de carregadores ou a sua localização.
Mas a ambição da BYD não se fica pelos 1.000 volts. Rumores indicam que a empresa está a colaborar com a CATL, outro gigante da indústria de baterias, para desenvolver a maior bateria do mundo, com uma arquitetura de 1.500 volts. Embora inicialmente destinada a maquinaria industrial, agrícola e de mineração, esta tecnologia poderá, no futuro, ser adaptada para veículos ligeiros, aproximando os tempos de carregamento ao tempo necessário para encher um depósito de combustível tradicional.
Com estes avanços, a BYD reforça a sua posição como líder na indústria de veículos elétricos, deixando claro que as empresas chinesas estão, de facto, vários anos à frente da concorrência global.
