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Qualquer um destes dois citadinos em formato SUV (já há poucos modelos que não seguem esta linha) e dimensões mini, têm algo que gostariam de oferecer ao outro. Dois produtos concorrentes que se caraterizam por uma imagem jovem e um ar moderno, capazes de passar por cima de toda a folha. Será mesmo assim?

O sonho de conduzir concretiza-se, muitas vezes, ao volante de carros pequenos. Por norma, são (mais) baratos, fáceis de conduzir e gastam pouco, o que os torna muito apetecíveis para quem se estreia na condução, por exemplo, ou para quem simplesmente precisa de um segundo carro para as voltas na cidade. Estes dois citadinos conseguem tudo isto, mas de uma forma um pouco mais radical, até porque ostentam uma imagem SUV que atualmente é difícil de contornar.
Juntamos neste trabalho as versões mais apelativas de Suzuki Ignis e de Toyota Aygo X. O primeiro propõe um sistema “micro hybrid” simples, que ajuda a baixar consumos, e o segundo aposta num aspeto SUV aventureiro, apelativo e radical, que chega aqui com o seu motor mil atmosférico de três cilindros com 72 CV. O Suzuki aposta num 1.2 de 83 CV. Em qualquer dos casos, o preço final suplanta os 20 mil euros, valor que acaba por ser elevado mas, ainda assim, dos mais em conta do mercado.
O motor 1.0 atmosférico do Aygo X surge acoplado a uma caixa manual de 5 velocidades e é uma proposta mecânica básica. Talvez demasiado: locomove pouco mais de 1000 kg em vazio, por isso os 93 Nm de binário acabam por ser um valor reduzido. E isso sem referir o facto de que com dois adultos lá dentro, acrescentam-se 15% ao peso do conjunto, o que inevitavelmente vai dificultar a sua agilidade.

Mais de tudo

Por seu lado, o Suzuki dispõe do já referido motor a gasolina 1,2 litros de quatro cilindros também com caixa manual de 5 velocidades, apoiado por um pequeno motor elétrico que, trabalhando ao mesmo tempo que o de combustão, alcança os 83 CV e 107 Nm.
É verdade que a diferença não é abismal no papel, mas no cronómetro, sem ser um foguete, o Ignis acaba por ser 2 segundos mais rápido nos clássicos 0 aos 100 km/h e sente-se muito fácil de conduzir. Para além de ser mais enérgico, pesa 935 kg, um valor “à moda antiga” para um automóvel como este.
Este é outro ponto que marca a diferença, mais por foco no produto do que propriamente por necessidade. A maior altura ao solo, cerca de 18 cm, acabam por fazer dele o automóvel indicado para sair do asfalto, até porque as suspensões brandas dão uma ajuda para passar a baixas velocidades por certos obstáculos. Claro que estas suspensões penalizam-no em autoestada, onde evidencia mais balanços e adornos que o Toyota, que tem uma melhor postura dinámica, também por causa de uma direção mais direta e pela forma mais refinada como pisa o asfalto (as jantes de 18” dão uma enorme ajuda).

Espaço vs Design

No que diz respeito à vida a bordo, o Toyota ganha pela frescura das linhas e pelo equipamento tecnológico, mas também porque apresenta o design mais moderno. Tratando-se, em ambos os casos, de versões muito equipadas dentro das respetivas gamas, nenhum ofrece, por exemplo, um painel de instrumentos totalmente digital. Combinam mostradores analógicos e um pequeño ecrã LCD, a cores no Aygo X, e TFT monocromático no caso do Ignis, que cumpre em relação à informação mostrada mas está quase ao nivel de um Nokia 3310 em plena era smartphone.
Algo parecido acontece quando olhamos para o resto do tablier. Neste caso encontramos um ecrã tátil multimédia de 7” no Suzuki e de 8” no Toyota (pode ser de 9” em opção). Pelo design dos menus, opções, resolução e funcionamento da superficie tátil, é tudo melhor no Aygo X.

Dito isto, o Ignis traz vantagens noutros particulares, sobretudo no que diz respeito ao espaço: tendo em conta que mede apenas 3,7 m de comprimento (exatamente o mesmo que o rival), surpreende o desafogo disponível para condutor e passageiro, até nos bancos traseiros, com um espaço para pernas razoável e uma notável altura livre ao tejadilho. Peca por falta de largura, como seria de esperar, mas quatro passageiros viajam melhor que no Toyota. E não vale a pena deixar-se enganar pelos bancos, pois a pesar dos do Suzuki parecerem básicos à primeira vista, e mesmo fase às pseudo bacquets do Aygo X, na prática são muito confortáveis. Para além disso, o Ignis dispõe de uma bagageira muito mais capaz, com 260 litros de volume. O banco traseiro está dividido ao meio e, ambas as metadas podem ser reguladas longitudinalmente 17 cm, um toque de génio numa embalagem tão pequena. Assim, se avançarmos os bancos, ficaremos com 300 litros de espaço (à custa de um espaço para pernas inexistente), que sobem aos 1000 litros se ficarmos só com os lugares do condutor e do passageiro. No Toyota não há lugar a truques: são 231 litros de volumen ou 829 se rebatermos o banco traseiro.

E quanto custam?

Fechamos com os preços. Analisando dotações de equipamento semelhantes, o Suzuki é o mais caro logo desde a versão de acesso, ainda que no caso deste trabalho, o Aygo X analisado, o Undercover, seja mais dispendioso que a versão GLX do Suzuki. O Ignis é mais “carro”, mas o Toyota acaba por ser mais apelativo, gastar um pouco menos e cumprir à risca qualquer tarefa que se lhe peça.

Texto José Armando Gómez
Fotos Paulo Calisto

CONCLUSÃO
O Toyota é melhor em estrada aberta e o seu equipamento tecnológico é mais moderno, ainda que seja um pouco mais caro. O Suzuki é mais “carro”, tem melhor motor, é mais espaçoso e pode mais fácilmente sair do asfalto quando comparado com o Toyota.

FICHA TÉCNICA
SUZUKI IGNIS 1.2 MILD HYBRID GLX

TIPO DE MOTOR                     Gasolina, 4 cilindros em linha, microhíbrido

CILINDRADA                           1.197 cm3

POTÊNCIA                              83 CV às 6.000 rpm

BINÁRIO MÁXIMO                  107 Nm às 2.800 rpm

TRANSMISSÃO                         Dianteira, caixa manual 5 velocidades

VELOCIDADE MÁXIMA 165 km/h

ACELERAÇÃO                         12,7 s (0 a 100 km/h)

CONSUMO (WLTP)                 5,0 l/100 km (misto)

EMISSÕES CO2 (WLTP)          112 g/km (misto)

DIMENSÕES (C/L/A)               3.700 / 1.690 / 1.605 mm

PNEUS                                    175/60 R16

PESO                                       895 kg

BAGAGEIRA                           260-1.100 l

PREÇO                                    20.146 €

GAMA DESDE                         19.043 €

I.CIRCULAÇÃO (IUC)               108,32 €

LANÇAMENTO                        Junho de 2023

 

FICHA TÉCNICA
TOYOTA AYGO X UNDERCOVER

TIPO DE MOTOR                     Gasolina, 3 cilindros em linha, atmosférico

CILINDRADA                           998 cm3

POTÊNCIA                              72 CV às 6.000 rpm

BINÁRIO MÁXIMO                  93 Nm às 4.400 rpm

TRANMISSÃO                         Dianteira, caixa manual 5 velocidades

VELOCIDADE MÁXIMA 158 km/h

ACELERAÇÃO                         14,9 s (0 a 100 km/h)

CONSUMO (WLTP)                 4,9 l/100 km (misto)

EMISSÕES CO2 (WLTP)          110 g/km (misto)

DIMENSÕES (C/L/A)               3.700 / 1.740 / 1.525 mm

PNEUS                                    175/60 R18

PESO                                       1.015 kg

BAGAGEIRA                           231-829 l

PREÇO                                    22.490 €

GAMA DESDE                         18.010 €

I.CIRCULAÇÃO (IUC)               108,32 €

LANÇAMENTO                        Dezembro de 2021

 

Ricardo Carvalho

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