A bordo de um carro autónomo, a lógica de um automóvel convencional desfaz-se. Um lugar aparentemente livre não o está, e uma escolha inocente pode terminar uma viagem com uma reprimenda remota. Foi o que aconteceu recentemente nos EUA, num incidente que se tornou viral e que coloca uma questão premente: estaremos realmente preparados para a convivência com os carros autónomos?
Um vídeo publicado por uma utilizadora do TikTok mostra o momento em que uma passageira se senta casualmente no banco do condutor de um robotaxi da Waymo. A viagem prossegue normalmente até que, momentos depois, um representante da empresa interrompe o percurso através do sistema de áudio do veículo. A passageira é informada de que violou as regras da companhia e que a viagem será terminada imediatamente.
“Um representante liga e começa a gritar connosco, já agora”, escreveu a autora do vídeo.
Este episódio, aparentemente trivial, desencadeou um aceso debate nas redes sociais e expõe um dos maiores desafios não técnicos da mobilidade do futuro: a necessidade de criar novos hábitos e expectativas por parte dos utilizadores.
@viddywellmel A representative comes on and yells at you btw 🤦🏻♀️🤦🏻♀️🤦🏻♀️ #waymo #uber #cancelled
Porque é que o banco do condutor está lá, se ninguém pode usá-lo?
A pergunta que muitos colocaram nos comentários ao vídeo é simples: se é proibido sentar-se no lugar do condutor de um carro autónomo, porque é que o banco e o volante não são simplesmente removidos?
A resposta é prática. A frota da Waymo é composta maioritariamente por Jaguar I-PACE elétricos, adaptados com sensores de condução autónoma. Estes veículos mantêm todos os controlos manuais porque são necessários para testes, manutenção, operações em depósito e situações de emergência. Técnicos e engenheiros precisam de poder conduzir os carros em ambientes controlados, tornando a remoção dos controlos algo impraticável.
A regra é clara nas diretrizes para passageiros de um carro autónomo Waymo: o banco do condutor é “proibido” e está reservado para pessoal treinado. A monitorização é constante, através de sensores a bordo e de uma equipa de suporte remota, uma prática padrão de segurança neste tipo de serviços.















