Subsídio bizarro na história da Volkswagen beneficiou durante 24 anos pais que tivessem filhos a bordo de um modelo da marca. E esta, hein?
Imagine-se na América dos anos 60. As estradas estão cheias de cromados, símbolos de um sonho de consumo grandioso e exuberante. E no meio desse universo, há um pequeno carro alemão, redondo, despretensioso, que conquista o público com um marketing tão peculiar quanto o seu design. Foi neste cenário que a Volkswagen, com a ousadia tranquila que a caracterizava, lançou uma das suas campanhas mais memoráveis: o programa “Bonds for Babies” (em português, Títulos para Bebés).
A premissa era simples, direta e profundamente original. Perante a evidência, por mais improvável que fosse, de que um bebé tivesse visto a primeira luz do mundo não numa maternidade, mas no aconchego (digamos) peculiar do banco de um Volkswagen, a marca presenteava os pais com um subsídio, que na verdade eram três títulos de poupança norte-americanos no valor de 100 dólares cada. A única condição era a apresentação de uma carta de um médico que atestasse o feliz — e acelerado — evento.
E não se tratava de um concurso fugaz. Este programa de marketing, iniciado em 1964, prolongou-se por incríveis 24 anos, até 1988. Nesse período, segundo os registos da própria empresa, cerca de 400 bebés americanos começaram a vida de forma inusitada ao som do característico ronco do motor traseiro, tendo a Volkswagen distribuído títulos a 405 famílias.
O que poderia parecer uma simples manobra de marketing era bem mais que isso. Humanizava a marca, que se associou para sempre a uma história de família, a uma anedota que seria contada durante décadas.
Mas a campanha também aproveitava uma situação de emergência para destacar a fiabilidade do veículo — se ele era o local escolhido (ou forçado) para um parto, então poderia lidar com qualquer desafio do dia-a-dia! Genial?

















