Num raro mea culpa, a Mercedes-Benz reconheceu que o EQS, o seu topo de gama elétrico, falhou em conquistar o mercado.
Em declarações à imprensa, Gorden Wagener, diretor criativo do grupo, admitiu que o modelo foi provavelmente lançado “10 anos demasiado cedo” e sofreu de erros graves de comunicação.
O Equívoco de posicionamento
A Mercedes insistiu desde o início que o EQS não seria um substituto elétrico do Classe S – tese agora reforçada por Wagener: “Não foi concebido como limusine para chauffeur. O público desta gama espera um capô longo e estatuto, mas o EQS optou por uma filosofia diferente: um conceito futurista próximo do CLS ou Classe S Coupé. Falhámos em comunicar isso.”
A aposta num design ultra-aerodinâmico (Cd 0.20) – alcunhado “jelly bean” pela crítica – revelou-se um tiro no pé. Os compradores de luxo rejeitaram as linhas orgânicas, preferindo a linguagem clássica do S-Class térmico.
Remendos tardios e fim da linha
A tentativa de correção em 2024, com uma grelha dianteira redesenhada, não resolveu o problema. A plataforma dedicada EVA2 manteve sua silhueta controversa, afastando clientes. Consequência: cancelada a segunda geração do EQS; futuro Classe S (geração 2029/2030) será híbrido/elétrico na mesma linha (estratégia idêntica à BMW i7).
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