A Ferrari está a desenvolver a sua própria resposta a um dos grandes desafios dos carros desportivos 100% elétricos: a falta de envolvimento emocional e de ligação entre o condutor e a máquina.
Num carro desportivo a gasolina, as mudanças e o ronco do motor não são apenas barulho; são ferramentas. Nos elétricos, a aceleração é linear e silenciosa, o que pode tornar a experiência menos intuitiva e emocional em condução desportiva.
A solução da Ferrari:
A solução da Ferrari, de acordo com Gianmaria Fulgenzi, chefe de desenvolvimento, não será imitar mudanças. Em vez disso, o condutor usará as palas para percorrer cinco “níveis de potência” sucessivos.
“Upshift” (Patilha direita): Liberta progressivamente a potência total do carro, criando uma sensação de aumento de velocidade semelhante a mudar de mudança.
“Downshift” (Patilha esquerda): Simula a sensação de travagem motor, preparando o carro para uma curva e aumentando o envolvimento.
O Som: Real, mas amplificado
Para complementar a experiência, a Ferrari não vai criar um som de motor artificial. Vai usar um acelerómetro para captar as vibrações reais do motor elétrico (que roda até 25.000 rpm) e amplificá-las no habitáculo através de um algoritmo próprio. O objetivo é que o condutor “sinta” a velocidade, conectando-se com o carro a um nível mais visceral.
Conclusão: Teatro ao volante para a era elétrica
A Ferrari está a tentar resolver um problema real dos EVs de alto desempenho: a falta de drama e conexão. Em vez de copiar o passado (mudanças de caixa sinuladas num EV) está a criar um novo tipo de experiência emocional, desenhada para que o condutor se sinta tão envolvido num Ferrari elétrico como num modelo a gasolina. O sucesso desta ideia só será confirmado quando o primeiro Ferrari Elettrica chegar ao mercado.
Fonte: InsideEVs