Um longo estudo tentou quantificar os danos causados pelo dieselgate e pelos milhares de veículos Diesel com motores modificados.
Em termos de saúde pública, milhares de mortes e doentes podem ser atribuídos a estas emissões excessivas de partículas e óxidos de azoto. E as consequências para a economia também seriam graves.
Já se passaram dez anos desde que o Dieselgate eclodiu, e as notícias sobre esse escândalo ainda não acabaram. Julgamento de alguns dirigentes alemães da época, tentativa de obter indemnizações por parte de alguns advogados e clientes em processo e, também, estudos sobre o impacto que podem ter tido essas centenas de milhares de veículos diesel, da Volkswagen e de outros fabricantes, na saúde pública.
Um novo estudo tenta avaliar a nocividade dessas emissões “excessivas” de óxidos de azoto no ar que respiramos, especialmente nas grandes metrópoles e arredores, onde as concentrações podem ser mais elevadas. E o resultado não é muito surpreendente, embora os números relativos às perdas económicas sejam bastante reveladores.
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O estudo destaca o papel das emissões excessivas de NOX no agravamento da poluição atmosférica, em particular pela sua contribuição para níveis elevados de dióxido de azoto (NO2) e partículas finas (PM2,5).
Examina a distribuição espacial destes poluentes, a sua persistência a longo prazo no ambiente e os seus efeitos desproporcionados nas regiões densamente povoadas e economicamente vulneráveis», resume o relatório. Porquê começar em 2009? Simplesmente porque foi o primeiro ano em que entraram em circulação os veículos Euro 5, que foram afetados pelo dieselgate.
Com base em dados do ICCT (Conselho Internacional para o Transporte Limpo) e outros estudos científicos relacionados à saúde, o estudo conclui que as emissões excedentes de NOx «provenientes de veículos a diesel suspeitos de utilizar dispositivos de invalidação» causaram 124 000 mortes prematuras na Europa e no Reino Unido, entre 2009 e 2024. Projetando-se para 2040 (alguns destes veículos continuarão a circular), chega a um total de 223 000 mortes prematuras no período 2009-2040.
Contando os dias de baixa por doença (por problemas infantis atribuídos ao excesso de poluentes, por exemplo) e outros parâmetros da economia europeia, o custo estimado dos motores a diesel manipulados pelos fabricantes para passar nos testes seria superior a 1,2 biliões de euros no período de 2009-2040.