Alexa! Carros do futuro também vão funcionar como assistentes dos proprietários, afirma a General Motors.
Mary Barra, CEO do grupo General Motors, dono da Chevrolet e Cadillac, anunciou a intenção de investir fortemente em inteligência artificial e em soluções que transformem os seus veículos em verdadeiros assistentes virtuais móveis. A empresa quer não só ampliar a conectividade dos automóveis, mas também reposicioná-los como parte integrante da rotina do condutor, quase como um gadget sobre rodas. A informação foi detalhada pela Automotive News, que explica que a ideia será enquanto o veículo conduz sozinho para o trabalho, o ocupante poderia adiantar e-mails, rever projetos ou até assistir a uma série ou filme. Posteriormente, o modelo seguiria autonomamente para revisões, iria buscar roupas à lavandaria e até o jantar antes de regressar a casa, à semelhança dos carros de filmes futuristas.
Esta visão, contudo, levanta preocupações. A dependência tecnológica imaginada pela GM exige que os veículos recolham dados sensíveis sobre hábitos, horários e preferências dos utilizadores. A Automotive News salienta que a construtora pretende manter esta relação ativa durante toda a vida útil do carro, atualizando funções e adicionando novos comportamentos muito tempo após a compra.
Sterling Anderson, novo diretor de produtos da GM e ex-Tesla, reforçou que os veículos “ficarão melhores com o tempo”, uma vez que atualizações contínuas acrescentariam funcionalidades que não existiam no momento da entrega. Para ele, os carros representam uma tela em branco para a inteligência artificial, por reunirem a confiança do consumidor e um uso diário que poucos dispositivos alcançam.
A GM começará a integrar o assistente Google Gemini em 2026, antes de lançar um sistema próprio baseado no OnStar. A ideia é oferecer conversas mais naturais no interior do veículo, sugestões de rotas e recomendações personalizadas durante as viagens. Todos os modelos lançados a partir de 2025 virão com assistência por voz gratuita durante oito anos, criando uma nova ligação com o proprietário.
Outras construtoras seguem um caminho semelhante, como a Volkswagen, Mercedes-Benz, BMW e a Amazon, que já trabalham nos seus próprios assistentes embarcados. Ainda assim, analistas reconhecem que a maior barreira é a disposição do público em partilhar tantos dados com os fabricantes.
Este é, aliás, um dos principais motivos para a General Motors se opor ao uso do CarPlay Ultra e do Android Auto nos seus novos modelos. Com os carros a necessitarem cada vez mais de informações para se integrarem nos seus condutores, não é interessante que esses dados sejam partilhados — pelo menos não gratuitamente — com outras gigantes da tecnologia.
Fonte: Automotive News

















