O drama na divisão automóvel da Xiaomi não parece chegar ao fim tão depressa.
Poucos dias depois da empresa ter sido obrigada a pedir desculpas aos proprietários do SU7, que gastaram US$ 6.000 num capô aerodinâmico apenas para descobrir que as aberturas eram pouco mais do que cosméticas, e pouco depois de uma atualização de software quase reduzir os 1.526 CV do Ultra para apenas 888 CV, a Xiaomi agora afirma ter descoberto o que chama de campanha difamatória contra a marca.
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A notícia surge poucos dias antes da Xiaomi revelar o SUV elétrico YU7 e o Xring 01, o seu primeiro chipset para smartphones desenvolvido internamente. Numa publicação na sua página nas redes sociais, a equipa jurídica da Xiaomi divulgou uma atualização a informar que tinha descoberto um esforço coordenado para difamar a empresa em quase 10.000 contas nas redes sociais. Vários suspeitos estão agora a ser investigados pelas autoridades chinesas.
Conforme relatado por vários meios de comunicação locais, incluindo o Car News China, o grupo criminoso estaria em atividade desde dezembro de 2024. A empresa alega que os infratores usaram software de redação automática para fabricar informações falsas sobre a Xiaomi e manipularam quase 10.000 contas nas redes sociais para espalhar rumores e declarações falsas de forma maliciosa.
O grupo teria usado táticas como incitar a oposição online e colocar marcas rivais umas contra as outras, tudo em um esforço para prejudicar a reputação da Xiaomi.
Num comunicado, a Xiaomi descreveu a situação como uma nova forma de crime online conhecido como “exército de água”, em que um grupo criminoso usa software automatizado para gerar conteúdo falso em grande escala.
“A cadeia de distribuição é complexa e a escala da operação é enorme”, afirmou a empresa. “Isso teve um impacto extremamente negativo tanto no ambiente online quanto na reputação da nossa empresa.”
Embora nenhum nome tenha sido mencionado, vários rivais podem estar envolvidos.
Atualmente, os carros são mais definidos pela tecnologia do que nunca e tendem a se tornar ainda mais no futuro próximo, à medida que as indústrias de chipsets e automotiva se tornam mais interligadas. Assim, quando surge um disruptor que ameaça mudar o status quo, aparentemente todos entram na luta, já que há milhões de dólares em jogo.