No futuro, o aumento dos residuais irá ser também um forte incentivo à aquisição de carro elétrico, dizem alguns especialistas. Mas os números atuais revelam uma realidade bem diferente e confirmam que os valores residuais (VR) dos veículos elétricos (EV) estão efetivamente em queda e são os mais baixos entre as principais motorizações nos mercados europeus. O fenómeno é complexo e contrasta com essas projeções otimistas feitas em anos anteriores.
Porque é que o valor residual dos EV está a cair em vez de subir?
Vários fatores, identificados pelos especialistas da Autovista24, contribuem para esta pressão sobre os VR dos EV:
Inovação Acelerada: Melhorias contínuas na autonomia e na tecnologia envelhecem os modelos mais antigos de forma comparativamente rápida. Um EV com três anos é tecnologicamente muito diferente de um novo.
Concorrência: A entrada de novas marcas, particularmente chinesas, no mercado europeu oferece modelos mais acessíveis, tornando os EV usados menos atraentes. Além disso, muitos chegam ao mercado através de vendas a frotas, criando depois um grande volume de oferta no segmento de usados.
Incentivos: Os incentivos governamentais e os descontos dos fabricantes estão focados em veículos novos. Isto pode baixar artificialmente o preço de entrada para um EV novo, pressionando os valores dos usados.
A estes, junte-se o facto de o mercado em geral estar a regressar aos níveis de valorização pré-pandemia após o pico artificial vivido durante a crise dos semicondutores. Os EV estão a sentir este ajuste de forma mais acentuada.
Conclusão:
Esta tendência contradiz projeções anteriores, como um relatório do banco ING que previa que os EV adquiridos em 2020 reteriam 40% a 50% do seu valor em 2025, superando as motorizações de combustão. A realidade de 2025 mostra que essa previsão otimista não se concretizou na maioria dos mercados europeus.
Fonte: AUTOVISTA24/JDPower