A União Europeia debate uma possível prorrogação da proibição de venda de carros a gasolina e gasóleo em 2035. Pressões de países e fabricantes levam a uma revisão antecipada. Saiba mais aqui:
A polémica proibição da venda de carros novos a gasolina e gasóleo a partir de 2035, decidida pela União Europeia, poderá sofrer alterações. Pressões de países como a Alemanha e Itália, bem como de vários fabricantes automóveis, estão a forçar uma revisão antecipada da medida. Neste artigo, explicamos o que está em jogo e como esta decisão pode afetar o futuro da mobilidade em Portugal e na Europa.
Por que a União Eurpeia está a repensar a proibição
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou recentemente a intenção de acelerar a revisão dos objetivos de redução total de emissões para carros e furgonetas. Inicialmente prevista para 2026, esta análise será agora realizada ainda em 2025, refletindo a pressão exercida por vários atores-chave.
Entre os opositores à medida da União Europeia encontram-se fabricantes automóveis tradicionais, que defendem maior flexibilidade, e países como a Alemanha e a Itália, que já solicitaram formalmente alterações à norma. Apesar de alguns construtores já terem investido fortemente em veículos elétricos, outros argumentam que a transição completa até 2035 é demasiado ambiciosa.
O papel dos combustíveis renováveis
Um dos pontos-chave em discussão é o papel dos combustíveis renováveis, como os combustíveis sintéticos e os biocombustíveis avançados. Von der Leyen destacou que a revisão avaliará o potencial destas alternativas para reduzir emissões, assegurando ao mesmo tempo o princípio da neutralidade tecnológica.
Esta abordagem poderá abrir portas a soluções híbridas ou a isenções para tecnologias menos poluentes, alargando o leque de opções além dos veículos 100% elétricos.
Implicações para Portugal
Caso a proibição seja adiada ou flexibilizada, os consumidores poderão ter mais tempo para adaptarem-se à transição energética. No entanto, especialistas alertam que alterações drásticas nas regras podem criar incertezas no mercado, afetando investimentos em infraestruturas de carregamento e na produção de veículos elétricos.
Em Portugal, onde o apoio a veículos elétricos tem crescido, uma eventual prorrogação poderá influenciar os planos nacionais de descarbonização.
Assim, é possível revisão da proibição de venda de carros a gasolina e gasóleo em 2035 reflete a complexidade da transição para a mobilidade sustentável. Enquanto a União Europeia procura equilibrar ambições ambientais com realidades económicas e tecnológicas, o debate continua aberto.
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