O MotorTrend, publicação americana que é uma das marcas de media automóvel mais antigas, respeitadas e influentes do mundo, divulgou o relato da sua experiência de 24 meses com o Tesla Model Y de 2023, descrevendo-o como um produto com “falhas óbvias” e questionando a sua popularidade.
O artigo começa por enumerar os aspetos positivos: o sistema de áudio “é bom”, há “abundância de espaço” para arrumações e o porta-bagagens dianteiro (frunk) é elogiado. No entanto, a lista de elogios termina rapidamente…
A crítica incide fortemente na experiência de condução, descrita como “antagónica” e frustrante. “Para mim, o nosso Model Y é antagónico para uma condução agradável. Receava entrar nele e, frequentemente, ultrapassava o limite de velocidade para poder sair mais cedo”, escreve Leanse. A frustração era tal que compara a experiência a “testar a sua paciência” mais do que ter “dois irmãos mais novos”.
Construído para Irritar
O jornalista descreve a suspensão como preenchida com “borracha dura”, resultando numa qualidade de condução “nervosa” que só é suave em pavimento perfeito. A direção, excessivamente rápida, e a aceleração no modo Standard contribuem para uma sensação de manuseamento “espalhafatoso” e sem “espírito”.
Para além da dinâmica de condução, o artigo enumera uma série de falhas que “tornam a vida pior”:
Puxadores das portas: São considerados os “piores da indústria automóvel”, sendo difíceis de usar, especialmente com as mãos ocupadas ou no escuro.
Chave-telemóvel: “Enfuriadamente inconsistente”, obrigando por vezes o condutor a puxar repetidamente o puxador até a porta destravar.
Teto de vidro: Deixa entrar calor em abundância, tornando um toldo opcional (não incluído) quase obrigatório.
Ecrã central: A necessidade de usar o ecrã para todas as funções, como ajustar a temperatura, é criticada por desviar a atenção da estrada. “Este setup prova porque é que as pessoas querem botões físicos de volta”, lê-se.
Acabamentos e ruídos: A perceção de qualidade é considerada “muito pior” do que a de qualquer outro carro da frota de testes de longa duração da MotorTrend, com o interior a tornar-se “absurdamente rangente”.
Piloto automático crítico
Os sistemas de assistência à condução também são alvo de escrutínio. Enquanto o Piloto Automático funciona “bem, não melhor do que os rivais”, o sistema Full Self-Driving (FSD) é classificado como uma “farsa perigosa”. O autor revelou que deixou de usar o FSD depois de este ter conduzido o carro para a faixa de rodagem contrária, atravessando linhas contínuas. “Qualquer curiosidade sobre como o FSD poderia funcionar foi erradicada por como me causou frustração, na melhor das hipóteses, e perigo, na pior.”
O único ponto inquestionavelmente forte: o ecossistema
A crítica reconhece que o ponto forte da Tesla é o seu ecossistema integrado. O planeamento de cargas nas viagens longas através da rede de Supercarregadores é elogiado por ser “robusto” e minimizar a “ansiedade de autonomia”. A aplicação móvel e as atualizações ‘over-the-air’ simplificam a posse do veículo. “Para condutores que querem pensar o menos possível no seu carro, este aspeto da posse de um Tesla adiciona uma grande simplicidade, potencialmente suficiente para negar as falhas do Model Y”, admite o autor.
Conclusão:
O artigo termina com um alívio declarado por o teste ter chegado ao fim. O autor afirma que ficará “para sempre perplexo com como tantos escolheram – e ainda toleram – o Model Y”.
No entanto, a MotorTrend faz uma distinção crucial: o carro testado é um Model Y de 2023, uma versão já descontinuada. A nova geração ‘Juniper’ recebeu revisões extensivas que a tornam “claramente mais suave, silenciosa, agradável e refinada”. O conselho final é direto: quem quiser um Model Y, que compre o novo ‘Juniper’. Para todos os outros, a recomendação é “escolher um veículo diferente por completo”.
Fonte: MotorTrend

















