Uma série de incêndios em carros elétricos em Madrid está a gerar preocupação naquela Capital, onde os especialistas alertam para os riscos das baterias de lítio em espaços confinados, como parques subterrâneos.
Em Madrid, alguns parques de estacionamento começaram a proibir mesmo a entrada de veículos 100% elétricos. Um deles, situado na Calle de los Relatores, colocou um aviso bem visível: “Devido ao risco de incêndio, é proibido o acesso a carros elétricos.”
O alerta surgiu depois de quatro incêndios em três meses, incluindo um que causou a morte de dois bombeiros. As autoridades espanholas estão a estudar medidas mais rígidas, como a proibição de carregar baterias em parques subterrâneos – uma regra já aplicada em Seul, Coreia do Sul.
Aliás, também no seguimento de um incêndio com gravíssimas consequências, as autoridades de Seul até foram mais longe, criando uma proposta de alteração à legislação que visa proibir a entrada de EVs com mais de 90% de carga na bateria em parques de estacionamento subterrâneos e um limite de carregamento rápido em postos públicos de 80%.
E em Lisboa?
Até agora, Lisboa não registou incidentes graves com carros elétricos, mas o debate está a crescer, o que tem levado ao levantamento de várias frentes que exigem uma maior fiscalização nas infraestruturas à disposição de todo o tipo de veículos e a instalação de sistemas anti-incêndio específicos para baterias de lítio.
Os carros elétricos são menos seguros?
A esmagadora maioria dos especialistas questionados sobre esta matéria garantem que os veículos elétricos não são mais perigosos que os combustão, mas exigem procedimentos diferentes em caso de incêndio. As baterias podem reacender horas depois de apagadas, o que exige, naturalmente, equipamento especializado, mais eficaz, e também mais meios e uma monitorização a longo prazo.
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