Acabado de receber a homologação europeia, o veículo 100% portuguẽs desenvolvido pelo CEiiA não é apenas mais um mini-elétrico. É uma resposta pensada para cidades apertadas, carteiras leves e um planeta a pedir socorro. E, em vários aspetos, parece querer dar lições ao conceito que a Smart popularizou.
O smart abriu o caminho para os carros urbanos mínimos. O BEN pega nesse conceito e leva-o mais longe: tira-lhe o estatuto de objeto pessoal e transforma-o num recurso comunitário, mais sustentável, mais flexível e radicalmente mais acessível.
Dimensão ajustada à cidade, preço ajustado à carteira
Com 2,5 metros de comprimento, o BEN é ligeiramente mais compacto que um Smart Fortwo. Mas a grande diferença está na filosofia: enquanto o alemão foi concebido como um carro privado minimalista, o português nasceu para ser partilhado. O preço base prometido ronda os 8.000 euros, uma fração do valor de muitos elétricos, tornando-o acessível para frotas municipais, condomínios ou serviços.
Segundo o responsáveis dos projeto, o BEN é o primeiro veículo da sua categoria a incluir, no painel, um contador em tempo real de emissões de CO2 evitadas. Em cada viagem, o condutor vê exatamente quantos gramas de dióxido de carbono deixou de emitir comparando com um carro térmico equivalente. É uma ferramenta que transforma a escolha ecológica numa experiência tangível e até lúdica.
Modularidade: de três lugares a mini-carrinha em segundos
A plataforma modular BODY permite configurar o espaço para até três lugares ou, baixando os bancos traseiros, criar uma área de carga de 400 litros – ideal para pequenas entregas, ferramentas ou compras. O Smart, na sua versão clássica, sempre foi um veículo rígido: dois lugares, e pronto.
Esta flexibilidade abre portas a modelos de negócio inovadores: um mesmo veículo pode servir de share car de manhã, carrinha de entregas ao almoço e viatura de serviços municipais à tarde.
Produção em massa já tem data: 2026
Com a luz verde de Bruxelas, o caminho está desimpedido. A produção piloto em Matosinhos começará em breve, com uma capacidade inicial de 200 unidades/ano. O grande passo será dado em 2026, com a instalação de linhas de montagem em vários polos industriais nacionais e europeus. A meta é fabricar 20.000 unidades por ano até 2030.



















