Num mundo de ecrãs táteis e assistentes de voz inúteis, os carros perderam a sua magia prática. Antes, a engenharia resolvia problemas reais, não os criava. Esta é uma homenagem aos “anti-acessórios”: ideias geniais, soluções brilhantes escondidas em carros considerados estranhos.
Fiat Multipla: O sofá dianteiro
O Multipla era tão… pouco bonito (?) que a sua genialidade passou despercebida: um banco dianteiro para três pessoas. Era uma sala de estar sobre rodas, acabando com a discussão de “quem vai atrás”.
Numa era de SUVs de sete lugares, o Multipla resolveu o problema com uma simplicidade italiana brutal. O mundo não estava preparado para um carro que privilegiava a convivência acima do estatuto. Mais ideias geniais? Aqui vão:
Renault Avantime: A porta com dupla articulação
O Avantime era um coupé-monovolume, um conceito que ninguém pediu. Mas as suas portas, que se abriam num complexo ballet mecânico, eram puro génio.
Permitia aceder ao interior com facilidade num lugar de estacionamento apertado, sem bater no carro ao lado. Uma solução elegante para um problema quotidiano, perdida num carro que ninguém soube classificar.
Citroën C4: O centro do volante fixo
Antes de ser moda, a Citroën inovou na ergonomia com um volante cujo aro girava, mas o centro (com os botões e airbag) permanecia fixo.
Todos os controlos estavam sempre no mesmo sítio, tornando a condução mais intuitiva e segura. Foi considerado uma excentricidade, mas era uma ideia visionária que as marcas premium agora redescobrem.
Mercedes-Benz Vaneo: A ilusão de ótica sobre rodas
Parecia uma caixa de sapatos com uma estrela, mas o Vaneo era um mestre do espaço. Com apenas 4,2 metros de comprimento, oferecia o volume de carga de uma carrinha, graças ao seu desenho vertical e chão plano.
Era a resposta prática e honesta da Mercedes ao problema da mobilidade urbana, muito antes dos crossovers compactos. Falhou por colocar a função acima da forma.
BYD Atto 3: O “solo” prático nas portas
Entendido como “chinesice” sem sentido, o BYD Atto 3 introduziu uma nota de criatividade. Escondidas à vista de todos, as portas dianteiras apresentam três cordas elásticas, esticadas como as de uma guitarra.
E quer saber? A sua função primordial é a de qualquer compartimento de porta: segurar objetos como garrafas ou mapas, mas a BYD transformou uma utilidade banal num momento de design e interação lúdica. A marca incentiva os ocupantes a “relaxar e tocar guitarra”, em vez de passar o tempo no smartphone quando está parado veículo. E funciona! Venham mais ideias assim:




















