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Teste – Mini Aceman SE – O irmão do meio

Mais versátil do que Cooper e mais original, dinâmico e divertido que o Countryman, o Aceman é o 100% elétrico mais equilibrado da Mini, com espaço para quatro adultos e uma bagageira digna desse nome. No meio está a virtude!

MiniA Mini vai ser totalmente elétrica até 2030, mas a grande ofensiva já arrancou, com o lançamento de dois novos automóveis sem emissões, mas que não degeneram à herança da marca, criada quase exclusivamente a combustão: primeiro, o Cooper 3 portas, com aquela dinâmica que se aprecia nos Mini desportivos; agora, o crossover Aceman, que tenta transportar tudo isso para um formato acima.

Com carroçaria de cinco portas e cinco lugares, o novo Aceman mede 4.075 metros de comprimento e é 3 cm mais alto que um Mini de três portas e 17 cm mais baixo que o Countryman. A distância entre eixos também foi esticada em 8 cm, face ao Cooper 100% elétrico, o que se traduziu num aumento do espaço a bordo, sobretudo nos lugares traseiros, onde dois adultos já viajam sem grandes apertos. Já a bagageira, curta para ir de férias com toda a família, chega perfeitamente para as compras de supermercado, podendo crescer dos 300 para os 1.005 litros com o rebatimento dos bancos traseiros.

Menos é mais

O Aceman é o primeiro Mini desenhado à imagem da nova filosofia de estilo «Simplicidade Carismática», que é basicamente a representação prática da conhecida máxima de que menos é mais: linhas simples e direitas, sem elementos supérfluos na decoração. A grelha octogonal é a peça de destaque estético na dianteira, uma evolução da forma hexagonal tradicional a remeter para o sistema de tração elétrica. Na traseira, o spoiler de cor escura não é meramente estético, melhora o desempenho aerodinâmico que, por sua vez, se reflete na otimização da autonomia. Aqui a forma serve a função.

Já no interior, a apresentação varia de acordo com a configuração desejada, entre quatro níveis de acabamento disponíveis – Essential, Classic, Favored e JCW – cada um com elementos decorativos específicos. Mas todas as versões dispõem de série do ecrã central OLED com 240 mm de diâmetro, associado ao sistema operacional de última geração.

Sendo este o único ecrã (tátil) no painel de bordo, e embora a maioria das funções estejam integradas nele, existem botões físicos para o arranque/paragem, travão de estacionamento, seletor de velocidades, modo de experiência e controlo de volume, todos agregados numa nova barra basculante ao centro.

Depois, ao comando de voz, também é possível ativar o novo assistente de bordo dos Mini, em duas versões distintas de visualização: com uma imagem estilizada de um Mini ou através do novo assistente digital, o Spike. Qualquer um permite controlar as funções principais, como a navegação, chamadas telefónicas, ajustar a temperatura, abrir e fechar vidros e consultar as condições meteorológicas.

Condução “ à Mini”

Importa agora perceber se o novo Mini sai aos seus na condução e na atitude ao volante. E não há dúvida que o Aceman puxa mais pela condução típica dos elétricos, que privilegia o aproveitamento da eficiência em detrimento das performances. O que não tem de ser mau.

Na primeira experiência de condução do Aceman SE registámos um alcance de 300 km, num percurso misto e sem grandes preocupações na poupança energética da bateria de 54,2 kWh (49,2 kWh úteis), o que embora não seja suficiente para um automóvel com pretensões a estradista de longo curso, enquadra-se na categoria de carro citadino; no máximo, suburbano, se fizermos bom uso da tecnologia afeta à motorização elétrica, nomeadamente no modo mais ecológico do programa de condução, em que a recuperação de energia das travagens e desacelerações é superior.

Já quando se procura tirar melhor rendimento, o Go-Kart Mode é o programa mais indicado. E não é que falte motor a este Aceman elétrico. A Mini equipa esta versão SE com uma unidade motriz de 218 CV e 330 Nm de binário, disponíveis desde o arranque (no Aceman S: 184 CV e 290 Nm), o que se traduz numa resposta com o fulgor e a elasticidade à imagem dos pergaminhos da marca, como comprovam os 0-100 km/h em apenas 7,1 segundos.

A direção é sempre um destaque e também muda com os modos de condução, mas nunca é muito pesada ou excessivamente leve, oferecendo o feedback que se espera de um Mini. É tão divertido em curva, como em ritmo de passeio pela cidade. Ao contrário das suspensões, que não lidam bem com as estradas esburacadas da urbe.

O motor envia a potência exclusivamente para as rodas dianteiras através de uma transmissão automática de velocidade única e emite uma sonoridade artificial gerada por um sistema de altifalantes – para alertar os peões mais incautos. A bateria pode ser carregada até 80% de sua capacidade em 5,5 horas através de Wallbox (11 kWh), enquanto numa estação de carregamento rápido (95 kWh), bastam 31 minutos.

Refira-se, ainda, que a bateria, por estar bem posicionada no piso do veículo, baixando o centro de gravidade, ajuda também ao típico comportamento “go-kart” na dinâmica do elétrico.

Texto Vítor Mendes
Fotos Paulo Calisto

CONCLUSÃO

Potência e equilíbrio, agilidade e estabilidade, são valores que definem os Mini desde sempre. E o Aceman SE não degenera, oferecendo uma das dinâmicas mais apuradas na categoria dos crossover elétricos. Única dúvida: será um bom investimento? Sendo 36 cm mais curto do que o Countryman, o Aceman 100% elétrico adapta-se facilmente a espaços mais pequenos, mas é limitado no seu cariz familiar. E também lhe falta a componente estradista.

 

TIPO DE MOTOR                        Elétrico, síncrono de íman permanente, dianteiro

POTÊNCIA                                    218 CV (160 kW)

BINÁRIO MÁXIMO                     330 Nm

TRANSMISSÃO                            Dianteira, caixa de relação única

BATERIA                                        Iões de lítio, 54,2 kWh (49,2 kWh úteis)

AUTONOMIA (WLTP)                395 km

TEMPO DE CARGA                     5h50 a 11 kW CA (0-80%)

31 min. a 95 kW CC (20-80%)

VELOCIDADE MÁXIMA               170 km/h

ACELERAÇÃO                              7,1 s (0 a 100 km/h)

CONSUMO (WLTP)                    14,3 kWh/100 km (misto)

EMISSÕES CO2 (WLTP)              0 g/km

DIMENSÕES (C/L/A)                  4.075 / 1.754 / 1.507 mm

PNEUS                                           205/55 R17

PESO                                              1.785 kg

BAGAGEIRA                                 300 l

PREÇO                                           40.650 €

GAMA DESDE                              37.050 €

I.CIRCULAÇÃO (IUC)                  0 €

LANÇAMENTO                            Outubro de 2024

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