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Teste – Citroën ë-C3 83 kWh MAX – Acima de tudo, sensato

Várias são as marcas que têm vindo a apostar na produção de modelos de baixo custo. Exemplo disso, o novíssimo Citroën C3, que aqui testamos na sua versão 100 % elétrica. Convence em quase todos os aspetos, incluindo, claro está, no preço.

citroenComo se tratasse de uma espécie de jogo, a Citroën continua a apostar para os seus modelos num design distinto, do tipo que surpreende, goste-se ou não. Paralelamente, “abraçou” na verdadeira aceção da palavra a moda SUV ou crossover, como é o caso deste novo utilitário C3, que tem à sua frente e que está disponível em Portugal há alguns meses.

A aposta neste modelo tem um perfil mais elétrico do que nunca, de tal forma que a primeira unidade de teste que nos “caiu” nas mãos é, isso mesmo, 100% elétrica. Uma oferta que será reforçada brevemente com outra similar, com menor autonomia e preço ainda mais baixo. De igual modo, a gama contempla versões a gasolina com 100 CV, mas também uma híbrida ligeira (com um funcionamento aproximado ao de um híbrido puro) e caixa de velocidades automática.

O “nosso” intérprete representa o topo da gama ë-C3. Como se pode ver, ostenta uma silhueta cúbica que permite tirar o máximo partido dos 4 metros da sua carroçaria. Acima de tudo é alto (1,57 metros, antes 1,47) e reclama 16,3 cm de distância ao solo, algo que, juntamente com os acessórios da carroçaria tipo as barras de tejadilho, reforça o aspeto crossover que referimos. Tudo isto é partilhado e acompanhado por um novo C3 Aircross que se assume como o autêntico SUV da gama, um segmento B quase tão grande como os representantes da classe acima, C-SUV.

Ambos os carros recorrem a uma nova e simples plataforma multienergia que o consórcio Stellantis tem vindo a implementar a muitos outros modelos, como os também novos Fiat Grande Panda e Opel Frontera. A sua versatilidade é tão grande que, como salientámos, serve igualmente tanto uma variante totalmente elétrica, com a sua correspondente e volumosa bateria, como para um SUV de boas dimensões (existem C3 Aircross e Frontera, recorde-se, com mais de 4,40 metros de comprimento, de 5 e até 7 lugares) a gasolina ou híbrido.

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Bem aproveitada

Desde logo é uma base bem “espremida”. No nosso protagonista são 5 lugares, sendo que a lotação ideal é de 4 ocupantes para viajarem de forma confortável, porque se os bancos da frente (largos e confortáveis) não estiverem demasiado recuados, o espaço posterior para as pernas é aceitável. E tudo com uma capacidade de bagageira de 310 litros, o que é uma boa cota para um produto com uma óbvia vocação urbana.

É certo que não é o paradigma da qualidade: o som (e a robustez) das portas a fechar é uma prova disso. No entanto, o interior está “vestido” de forma muito convincente: estofos, acabamentos, plásticos duros por todo o lado, mas bem montados… E não só, pois a ergonomia é estupenda, a começar pela posição do volante (com um punho grosso e achatado em cima e em baixo). Além disso, a geométrica silhueta do cockpit e a sua considerável superfície envidraçada, bem como o facto do condutor estar sentado um pouco mais alto, facilitam a visão para o exterior. Para completar, há uma multiplicidade de compartimentos de arrumação, um sistema multimédia simples, porém fluído e com boa resposta tátil, e uma instrumentação espartana em que se sente a falta de um computador de consumo (inexplicável num elétrico, onde é mais do que bem-vindo), assim como de um par de pegas dianteiras ou de uma luz de cortesia traseira, que não existe.

Autonomia varável

A dotação de série é muito correta, estando praticamente fechada neste topo de gama (versões elétricas a partir de 23.300 €). E o motor? Perfeito para a cidade e subúrbios sem ser um míssil: 135 km/h de velocidade máxima e 11 segundos na aceleração dos 0 aos 100 km/h.
Em termos de consumo de energia, fizemos 316 km com 100% da bateria (anuncia 320 km), mas alternando entre cidade e arredores não é fácil conseguir mais do que 250-270 km; calcula uma média de 18 kWh/100 km reais, um valor algo elevado.

Texto E. Cano
Fotos Paulo Calisto

CONCLUSÃO

Moderno ainda que sem floreados: tem tudo o que se pode pedir a um carro citadino para todos os fins, é versátil e razoavelmente capaz para 4 metros de carroçaria. Esta mecânica elétrica é suficientemente ágil e eficiente na cidade, mas sofre (leia-se aumenta o consumo) quando se abordam vias periféricas. Em breve iremos testar os novos C3 a gasolina, tão ou mais prometedores…

FICHA TÉCNICA
CITROËN Ë-C3 83 KW MAX

TIPO DE MOTOR                        Elétrico, síncrono de íman permanente

POTÊNCIA                                     113 CV (83 kW)

BINÁRIO MÁXIMO                     120 Nm

TRANSMISSÃO                            Dianteira, caixa de relação única

BATERIA                                        Lítio fosfato-ferro, 44 kWh

AUTONOMIA (WLTP)                320 km

TEMPO DE CARGA                     2h50 a 11 kW CA (100%)

26 min. a 100 KW CC (20-80 %)

VELOCIDADE MÁXIMA               135 km/h

ACELERAÇÃO                               11 s (0 a 100 km/h)

CONSUMO (WLTP)                    17,1 kWh/100 km (misto)

EMISSÕES CO2 (WLTP)             0 g/km

DIMENSÕES (C/L/A)                  4.015 / 1.755 / 1.567 mm

PNEUS                                           205/50 R17

PESO                                              1.494 kg

BAGAGEIRA                                 310 l

PREÇO                                           27.800 €

GAMA DESDE                              23.300 € (Gama 100% elétrica)

I.CIRCULAÇÃO (IUC)                  0

LANÇAMENTO                            Junho de 2024

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