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Há 109 marcas chinesas à luta por uma fatia do mercado automóvel. E estão aqui todas!

O mercado automóvel não é um campo de batalha. É uma selva onde 109 espécies de marcas chinesas lutam por sobrevivência, luz solar (os subsídios estatais) e um lugar no topo da cadeia alimentar. A escala é de tal forma brutal que é quase incompreensível para qualquer observador ocidental. O reputado analista Felipe Munoz colocou tudo numa pirâmide do poder:

No centro desta arena estão os quatro grandes predadores – Geely, BYD, Chery e Changan – que, em conjunto, dominam mais de metade de todas as vendas. Mas a sua força não se mede apenas pelos números totais; mede-se pelo exército de sub-marcas que comandam. Apenas o grupo Geely, por exemplo, controla um império de 13 marcas, desde a acessível Geely até à premium Lotus e à sueca Volvo.

Para além deste núcleo duro, gigantes estatais como a SAIC (dona da MG) e a Dongfeng alimentam a confusão com os seus próprios portefólios extensos. E, numa prova de que o ecossistema ainda tem espaço para novos caçadores, surgem dezenas de startups como a Nio, Xiaomi e Li Auto, desafiando as hierarquias estabelecidas.

Preparados para o que aí vem?

Perante esta saturação, a questão não é se o mercado vai consolidar, mas quando e quem será devorado. Um mapa hierárquico do setor coloca no topo da pirâmide as marcas de luxo, como a YangWang. Na base, amontoam-se dezenas de marcas locais de baixo custo – as Hima e Pocco deste mundo – totalmente desconhecidas no Ocidente e extremamente vulneráveis.

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Estas marcas da base enfrentam um duplo perigo: a feroz concorrência interna e a transição global para veículos elétricos e conectados, que exige investimentos avassaladores. Muitas destas 109 marcas não passam de projetos experimentais, lançados para testar um segmento ou aproveitar um incentivo governamental.

A história ocidental, com o desaparecimento de nomes icónicos como a Pontiac ou a Oldsmobile, serve de aviso. Na China, onde o ritmo é dez vezes mais rápido, o abate será proporcionalmente mais severo. A selva está prestes a ficar mais organizada, mas o processo será implacável. A única certeza é que os sobreviventes desta carnificina sairão mais fortes e preparados para conquistar o mundo.

 

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