Há muito que o Tucson conquistou um lugar de destaque numa categoria (segmento C-SUV) que acaba de receber o mais recente protagonista da casa CUPRA. Comparamo-los nas suas polivalentes versões híbridas plug-in, território onde o Terramar joga a sua cartada com melhores prestações elétricas e um caráter mais desportivo. Será suficiente?
Há muito que o Tucson conquistou um lugar de destaque numa categoria (segmento C-SUV) que acaba de receber o mais recente protagonista da casa CUPRA. Comparamo-los nas suas polivalentes versões híbridas plug-in, território onde o Terramar joga a sua cartada com melhores prestações elétricas e um caráter mais desportivo. Será suficiente?
A trajetória do Hyundai Tucson desde o seu lançamento em 2004 tem sido muito positiva: mais de 1,4 milhões de unidades vendidas na Europa e 7 milhões a nível mundial. Ao longo deste tempo, conquistou uma posição de relevo no mercado dos SUV compactos (ou quase de tamanho médio) um pouco por toda a Europa. De facto, na Península Ibérica goza de um sucesso sem precedentes (principalmente em Espanha), com números à altura de carros mais baratos como o MG ZS ou até do Dacia Sandero, um dos top de vendas.
Embora a concorrência seja apertada, o ano de 2025 começou de forma positiva para o modelo coreano com a renovação da quarta geração e o respetivo reforço ao nível da tecnologia, segurança e conetividade.
Atualmente, os seus rivais são muitos, e um dos recém-chegados é o Terramar, o último integrante da família CUPRA que representa, igualmente, a estreia da própria marca no segmento. De momento, deixando claro que não é um carro de volume (em vendas), a sua entrada na classe está a ser feita de forma progressiva e, embora ainda não tenha atingido o sucesso do Leon e do Formentor, é um daqueles automóveis que tem tudo para convencer.
Destacam-se os plug-in
Para começar, os esquemas elétricos. Para este frente-a-frente escolhemos as declinações PHEV de ambos os modelos, se bem que a oferta seja variada em cada caso. A Hyundai propõe uma gama mais ampla, com espaço para variantes a gasolina e Diesel (ambas com ou sem hibridização ligeira), híbrida auto-recarregável e híbrida plug-in. Entretanto, a CUPRA vende o novo Terramar com um motor a gasolina híbrido ligeiro, outro muito mais potente com tração integral (esta, também disponível em algumas combinações do Tucson) e este plug-in que nos ocupa. Neste caso concreto, a proposta inicial da marca espanhola leva a melhor. Não tanto em termos de potência total do sistema, mas pela possibilidade de circular como um “carro elétrico”, quase duplicando a autonomia do rival.
Isto é possível graças a uma bateria de 19,7 kWh de capacidade útil, contra os 13,8 do coreano (a marca não especifica se são úteis ou brutos). Tal como os últimos produtos com esta tecnologia do Grupo Volkswagen, estamos a falar de uma autonomia que dá muita margem nas deslocações diárias. O Terramar homologa 120 km de autonomia sem utilizar o motor a gasolina, o que lhe dá uma vantagem muito significativa face aos 66 km anunciados pelo Tucson.
Depois, na vida real, estes números reduzem-se um pouco, mas não baixam assim tanto. Com o primeiro, conseguimos percorrer 100 km sem emissões; com o segundo, cerca de 60, em ambos os casos não no seu ambiente ideal, que é a cidade, mas a um ritmo de autoestrada entre 100 e 120 km/h. Outro fator muito importante e vantajoso para o espanhol é que carrega muito mais rápido e até em estações de corrente contínua (até 50 kW). Em tomadas de corrente alternada fá-lo até 11 kW; 7,2 no Hyundai.
À parte disso, os números de potência não são tão claros, embora aqui também vença o Terramar com os seus 272 CV combinados (motor turbo a gasolina de 177 CV e elétrico de 115), contra os 252 do Hyundai (gasolina T-GDi de 160 e elétrico de 98 CV). A resposta dos dois é poderosa, e a aceleração aparece de forma progressiva e constante, apontando uma velocidade máxima claramente superior para o Terramar: 215 contra 186 km/h. A vantagem na aceleração é menor, e ambos completam os 0-100 km/h abaixo dos 8 segundos, o que não é nada mau.
Mais variáveis em jogo
A funcionalidade híbrida plug-in oferece mais flexibilidade na condução do que um motor convencional. Dependendo do ambiente de utilização, é possível escolher entre um funcionamento totalmente elétrico (neste caso, os dois permitem diferentes níveis de travagem regenerativa, no Tucson através de patilhas) ou híbrido, com gestão automática do sistema e caixa sequencial através dessas mesmas patilhas. O Hyundai, mesmo selecionando o modo elétrico, por vezes liga o motor a gasolina (impercetível porque quase não se ouve), enquanto o CUPRA força esse movimento elétrico por completo. Seja como for, e tendo em conta a maior autonomia sem emissões do Terramar, juntamente com um depósito de combustível com mais 3 litros que o adversário, oferece mais autonomia real e um consumo ligeiramente inferior. Não obstante, os dois garantem consumos reduzidos inclusive quando a bateria se esgota, e raramente ultrapassam os 7,5 l/100 km com a bateria a zero. O normal é que se movam entre 6 e 7 litros.
Diferentes perfis
Da mesma forma, as diferenças são evidentes na vertente dinâmica, embora não sejam conclusivas. Este Terramar ostenta o apelido VZ, o dos modelos mais potentes da marca, e que implica também uma conotação mais desportiva. A sua afinação da suspensão é mais firme e destaca-se pela possibilidade de ajuste eletrónico (com uma ampla gama de configurações, em 15 etapas), elemento de série ao qual se junta a direção progressiva. A confiança ao volante é superior na hora de adotar ritmos mais vivos e coloca o nível muito elevado entre os híbridos plug-in do seu tamanho.
Ainda assim, o Tucson segue o seu caminho, um paradigma de equilíbrio no qual é difícil de encontrar pontos fracos em termos dinâmicos: confortável, com movimentos previsíveis, direção precisa (com menos peso que a da CUPRA) e no geral um comportamento convincente.
Muito completos
Uma tendência que se estende ao habitáculo, onde se destaca pela amplitude a bordo, incluindo uma bagageira que, ao contrário do CUPRA, não perde tanto espaço devido à bateria do esquema PHEV. Além disso, é bem construído tanto à vista como ao toque, com pormenores em Alcântara e pele ou sistema de som Premium. A lista de equipamento oferece tudo o que é necessário, muito bem-dotado em termos de segurança e infoentretenimento, e o preço inicial é bastante mais baixo.
O Terramar, por sua vez, também aproveita bem o habitáculo (bagageira mais pequena, mas mais versátil com o ajuste longitudinal da segunda fila de bancos), passa uma boa sensação, com acabamentos de qualidade, ecrãs e multimédia mais modernos (integra a mais recente solução de manuseamento rápido, enorme display e superfície tátil deslizante da climatização retro iluminada) e um equipamento em parte superior. Tudo isso se reflete num preço que fica muito perto dos 57.000 € (quase mais 10 mil euros que o coreano).
Texto Juan P. Esteban
Fotos Paulo Calisto
Conclusão
A superioridade das prestações elétricas do Terramar (muito mais autonomia EV e carregamento mais rápido) são neste caso vencedoras em relação ao sistema PHEV do Tucson. Dinamicamente, as duas propostas são muito equilibradas: o CUPRA com um toque mais desportivo, em contraste com o equilíbrio geral do best-seller da Hyundai.
FICHA TÉCNICA
CUPRA TERRAMAR VZ 1.5 E-HYBRID 272 CV DSG
TIPO DE MOTOR Gasolina, 4 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA 1.498 cm3
POTÊNCIA 177 CV entre as 5.500 e as 6.000 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 250 Nm entre as 1.500 e as 4.000 rpm
TRANSMISSÃO Dianteira, caixa automática 6 velocidades
SISTEMA ELÉTRICO
TIPO DE MOTOR Síncrono de ímanes permanentes
POTÊNCIA 116 CV (85 kW)
BINÁRIO 330 Nm
BATERIA Iões de lítio, 19,7 kWh (úteis)
AUTONOMIA (WLTP) 118 km
SISTEMA HÍBRIDO
TIPO DE MOTOR Elétrico-Gasolina, PHEV
POTÊNCIA (TOTAL) 272 CV (200 kW)
BINÁRIO (TOTAL) 400 Nm
V. MÁXIMA 215 km/h
ACELERAÇÃO 7,3 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 0,5 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 11 g/km (misto)
DIMENSÕES (C/L/A) 4.519 / 1.863 / 1.584 mm
PNEUS 225/40 R20
PESO 1.930 kg
BAGAGEIRA 400-490 l
PREÇO 56.684 €
GAMA DESDE 42.934 €
I.CIRCULAÇÃO (IUC) 148,22 €
LANÇAMENTO Outubro de 2024
FICHA TÉCNICA
HYUNDAI TUCSON PHEV 1.6 TGDI AT E-VANGUARD
TIPO DE MOTOR Gasolina, 4 cilindros em linha, turbo
CILINDRADA 1.598 cm3
POTÊNCIA 158 CV às 5.500 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 265 Nm entre as 1.500 e as 3.500 rpm
TRANSMISSÃO Dianteira, caixa automática 6 velocidades
SISTEMA ELÉTRICO
TIPO DE MOTOR Síncrono de íman permanente
POTÊNCIA 98 CV (72 kW)
BINÁRIO 304 Nm
BATERIA Polímero de iões de lítio, 13,8 kWh
AUTONOMIA (WLTP) 71 km (86 km em cidade)
SISTEMA HÍBRIDO
TIPO DE MOTOR Gasolina-Elétrico, PHEV
POTÊNCIA (TOTAL) 248 CV (185 kW)
BINÁRIO (TOTAL) 367 Nm
V. MÁXIMA 186 km/h
ACELERAÇÃO 7,9 s (0 a 100 km/h)
CONSUMO (WLTP) 1,0 l/100 km (misto)
EMISSÕES CO2 (WLTP) 24 g/km (misto)
DIMENSÕES (C/L/A) 4.510 / 1.865 / 1.650 mm
PNEUS 235/50 R19
PESO 1.854 kg
BAGAGEIRA 558-1.721 l
PREÇO 46.890 €
GAMA DESDE 32.190 €
I. CIRCULAÇÃO (IUC) 148,22 €
LANÇAMENTO Outubro de 2024
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