Choque de realidade: Nem com o título de Porsche mais rápido de sempre, este Taycan com mais de 1000 CV encontrou comprador.
Um Porsche Taycan Turbo GT Weissach, praticamente novo, com apenas 227 km, foi a leilão no Bring a Trailer. O preço de tabela? 238.300 dólares. A oferta mais alta? 167.000. Isso mesmo, uma quebra de mais de 70.000 dólares antes da primeira revisão. O carro nem sequer atingiu o preço mínimo de reserva, ficando sem venda…
O mais estranho: é nada menos do que a versão de topo, com o pacote Weissach que retira os bancos traseiros e acrescenta carbono para poupar peso. É um carro de pista, homologado para a estrada. E, no entanto, o mercado virou-lhe as costas.
A bolha dos elétricos de alto desempenho está a rebentar?
Mais uma prova de que há um segredo sujo no mundo dos carros elétricos que ninguém quer admitir: a depreciação galopante. Enquanto um 911 GT3 RS clássico pode valorizar a sair do stand, o seu homólogo elétrico mais extremo de todos está a seguir o caminho oposto.
O Taycan comum já sofreu desvalorizações históricas. Mas este caso com o Turbo GT é simbólico. Mostra que, por mais impressionantes que sejam os números (0-100 km/h em 1.89 segundos), os compradores estão reticentes. Porquê?

1. Tecnologia em Ritmo de Fórmula E: Um carro elétrico de hoje é um smartphone sobre rodas. Quem quer gastar o preço de um apartamento num modelo que, daqui a dois anos, poderá ser tecnologicamente “ultrapassado”?
2. Audiência Errada? Um sedan de 4 portas, sem bancos traseiros (graças ao pacote Weissach), é um conceito estranho. É familiar? Não. É desportivo puro? Tem quatro portas. Fica num limbo.
3. O Fantasma da Bateria: A perceção (justa ou não) sobre a degradação e o custo futuro de substituição das baterias de alta performance pesa como uma âncora no valor residual.
O que diz esta rejeição sobre o futuro?
Este episódio não é apenas sobre um carro que não vendeu. É um “reality check” para toda a indústria. Estaremos a atingir o limite do que os entusiastas estão dispostos a pagar por performance puramente elétrica, sem a emoção sonora e o histórico dos motores a combustão?
A pergunta que fica no ar, e que queremos deixar para os nossos leitores, é: O Taycan Turbo GT foi rejeitado por ser elétrico, ou por ser carro de um nicho demasiado pequeno, mesmo para a Porsche?
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