Aos poucos a MG vai conquistando o seu espaço na Europa com produtos sólidos como este, a bom preço e com tecnologia híbrida eficiente. Assim é o ADN do novo ZS Hybrid+, um SUV que ambiciona dificultar a vida ao Dacia Duster.
Apesar de coexistir com o ZS que conhecemos até agora, cuja gama é composta por motores a gasolina contidos e uma versão 100% elétrica, este novo ZS é outra coisa. Designado como ZS Hybrid+, poder-se-ia pensar que a mecânica é o único elemento que os diferencia, mas nada poderia estar mais longe da verdade. O design é específico, algo mais refinado e basta sentarmo-nos ao volante para perceber o salto de qualidade (pelo menos aparente) do último MG.
A configuração do interior é simples, mas eficaz: convence à primeira vista. Os revestimentos dos bancos são feitos à base de material semelhante ao couro, apresenta um aspeto minimalista e coroa o tablier com um ecrã tátil de 12,3”. Claro que estamos a falar, neste caso, do topo de gama Luxury, mas atenção, o seu preço é de 29.990 € sem descontos. Está muito bem equipado, se bem que nem tudo o que brilhe é ouro. Há pormenores a rever, como a ausência de Android Auto e Apple CarPlay sem fios ou um volante que só regula em altura.
Bom espaço
Ultrapassados estes obstáculos, o ZS Hybrid+ é amplo para as suas dimensões. Trata-se de um SUV com apenas 4,43 metros de comprimento, o que significa que se assume como concorrente de uma vasta gama de modelos B-SUV de grande porte e reputação consolidada, como o Dacia Duster, por exemplo.
Face a eles oferece boa altura para as cabeças em ambas as filas e boa cota longitudinal traseira, ao ponto de acomodar confortavelmente quatro passageiros de tamanho médio/grande (o banco do meio é um pouco apertado para completar o trio). Além disso, a MG até conseguiu equilibrar o espaço de carga, 443 litros, que cobre as necessidades básicas de uma família de quatro.
O segredo da bateria
Mas vamos ao que realmente define este carro, a sua mecânica híbrida. Na prática, o ZS Hybrid+ é um Full Hybrid composto por um par de motores elétricos e outro a gasolina, todos a trabalhar sobre o eixo dianteiro. No total produzem 194 CV, o que o torna mais potente do que qualquer outra alternativa com preço semelhante.
Também é muito mais rápido. De facto, essa é uma das chaves de um sistema herdado do MG3: o motor elétrico de propulsão, com 136 CV, é protagonista absoluto. Não só permite rolar na maioria das ocasiões em modo 100% elétrico, como proporciona uma resposta imediata e viva do acelerador no arranque, como em cruzamentos, rotundas…
Como resultado, um carro ágil que gasta de forma moderada. A média de consumo do nosso teste foi de 6,5 l/100 km a ritmo elevado, facilmente mais baixo em ambiente urbano, onde a unidade híbrida revela todo o seu potencial.
Na verdade, revela-se um dos melhores do seu género viagens descontraídas, embora haja um ponto negativo, uma caraterística muito particular a destacar: uma vez esgotada a bateria em autoestrada, por exemplo numa subida mais longa, o ZS Hybrid+ perde muito rendimento, sendo inclusive incapaz de manter a velocidade. O mesmo sucede em longos percursos de montanha: sem bateria, o propulsor térmico de apenas 102 CV é o único que o move… com dificuldades.
Mais do que o esperado
De resto, é um produto muito equilibrado em termos dinâmicos. Confortável, simples, fácil de conduzir… e com um isolamento acústico que podia ser melhor: gostaríamos de ouvir menos a mecânica em plena aceleração e, sobretudo, deveria haver maior cuidado no ruído de rolamento.
Texto Eduardo Lausín
Fotos Paulo Calisto
CONCLUSÃO
É a demonstração perfeita de que um carro simples pode ser bom. A relação preço/equipamento é assinalável e a sua mecânica híbrida exemplar em cidade. No entanto, fora dela demonstra algumas fraquezas que o tornam pouco aconselhável se as nossas deslocações habituais incluírem muita autoestrada ou declives acentuados.
FICHA TÉCNICA MG ZS HYBRID+ LUXURY
TIPO DE MOTOR Gasolina, 4 cilindros em linha, turbo