Imagine girar as rodas de um extremo ao outro sem cruzar os braços. É esta promessa radical que o Lexus RZ 2026 traz ao mundo dos SUVs elétricos. Quando as pré-reservas abrirem em setembro, o destaque não será apenas os 4,81 metros de baterias ou os 408 cavalos do topo de gama. O verdadeiro debate está no volante amputado que cortou laços físicos com as rodas.
A revolução escondida no “Yoke”
Mais do que um formato de inspiração aeronáutica (sem aros superior e inferior), o One Motion Grip esconde uma ruptura: zero ligações mecânicas. Através de sinais eletrónicos (steer-by-wire), o movimento das mãos transforma-se digitalmente em curva. A Lexus não inventou o conceito — a Infiniti ensaiou-o em 2013 — mas reinventou-o com um volante que parece saído de um simulador de voo.
Quando a Tesla ficou a meio caminho
A concorrência já tentou. A Tesla montou yokes, mas amarrada à velha coluna de direção. Resultado? No teste ao Model S, registámos 834 graus de rotação que transformavam estacionamentos num jogo de braços cruzados. Uma meia-solução que expõe o desafio: adaptar a ergonomia à eletrónica.
O sistema da Lexus é mais sofisticado: a eletrónica permite desmultiplicação variável conforme a velocidade. A baixas velocidades, gira-se as rodas de um extremo ao outro sem tirar as mãos do volante — segundo a marca, claro.
O preço da desconexão
Para Portugal, ainda não há preços. Mas o mercado espanhol já promete esta experiência no RZ 500e (380 CV), por cerca de 3.000€ extra. No irmão mais potente (550e F Sport) virá de série. O valor dói, mas a Lexus aposta no fascínio e no sentido prático da inovação.
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