A Mercedes-Benz aposta numa grelha frontal gigante e iluminada para o novo GLC elétrico, numa estratégia que lembra a polémica da BMW com o seu duplo rim. Só que a BMW já mudou de ideias…
A semana de estreias no Salão de Munique (IAA Mobility 2025) trouxe uma ironia difícil de ignorar. Enquanto a BMW apresenta o novo iX3 com um design mais contido e uma grelha de dimensões consideravelmente reduzidas, a Mercedes-Benz desvenda o novo GLC elétrico com uma grelha frontal gigante e totalmente iluminada – um regresso ao brilho cromado que está a dividir opiniões. É como se uma marca tivesse aprendido com os erros da outra, mas ninguém se tivesse lembrado de avisar a equipa de Estugarda.
A Revolução (e a reação) da BMW
A BMW não é estranha à controvérsia de design. A apresentação dos seus agora icónicos “duplos rim” gigantes – primeiro no controverso BMW 4 Series, depois em modelos como o iX e o i7 – gerou ondas de choque e uma divisão clara entre os puristas e os que defendiam a ousadia.

Aparentemente, a marca de Munique ouviu o feedback. O novo BMW iX3, o primeiro modelo da “Neue Klasse”, represe.
A aposta arriscada da Mercedes-Benz
Do outro lado do ringue, a Mercedes-Benz. O novo GLC elétrico (oficialmente denominado “GLC com tecnologia EQ”) surge com uma das grelhas mais dominantes e iluminadas de sempre.
A marca justifica-a como uma “reinterpretação da grelha frontal identificativa da marca há mais de 100 anos”, com uma “ampla moldura cromada” e uma versão opcional com 942 pontos de luz retroiluminados com gráficos pixelizados. Gorden Wagener, diretor de design, defende que esta grelha “não é apenas uma nova frente para o GLC; ela redefine a imagem da nossa marca”.
Mas nem todos os fãs e críticos estão a comprar a explicação. A receção nas redes sociais e fóruns especializados tem sido mista, com muitos a acharem o design demasiado agressivo e kitsch, num momento em que a concorrência (leia-se BMW) parece estar a abraçar a moderação.