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Conduzir está a fazer-nos mal, diz estudo. O que estamos a fazer errado?

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O ato de conduzir, uma necessidade diária para milhões de portugueses, está a revelar-se um hábito prejudicial para o bem-estar psicológico. Um estudo recente confirma que a estrada é uma fonte significativa de stress, com cerca de 70% dos condutores nacionais a admitirem que a experiência ao volante afeta a sua saúde mental. Mas o que está, na realidade, a correr mal?

Os números são claros e mostram uma tendência preocupante: 68,3% dos inquiridos reporta sofrer de stress enquanto conduz, um valor que aumentou face aos 64,5% registados há dois anos. Este mal-estar não afeta todos da mesma forma. A pressão é sentida com maior intensidade pelas condutoras jovens, entre os 18 e os 24 anos, onde a percentagem sobe para mais de 75%, sugerindo que a falta de experiência pode agravar a perceção de ansiedade.

Conduzir: as principais fontes de tensão

Se o problema é generalizado, as causas são bem identificadas. O que mais tira a tranquilidade aos portugueses ao volante não é necessariamente o seu próprio comportamento, mas sim o dos outros: a sensação de ter um veículo colado à traseira é o fator de stress número um, apontado por 50,7% dos condutores.

A dificuldade em realizar manobras técnicas, como o estacionamento em paralelo (26,3%), e a complexidade de navegar em pontos de conflito como cruzamentos e rotundas (21,3%) completam o top três. Curiosamente, para a faixa etária dos 55 aos 64 anos, a simples condição de passageiro no banco da frente já é motivo suficiente para gerar ansiedade, um sinal de que o stress está enraizado na experiência de mobilidade em si.

Um futuro com cidades mais habitáveis é a solução?

A perceção geral é de que a situação não vai melhorar a curto prazo. Sete em cada dez participantes acreditam que os centros urbanos implementarão restrições severas ao tráfego e estacionamento na próxima década. Esta expectativa reflete um consenso: o modelo de mobilidade atual é insustentável para a saúde mental coletiva.

Especialistas sublinham que o problema vai para além dos engarrafamentos pontuais. A pressão constante ao guiar resultante do aumento do número de veículos tornou a condução numa atividade cronicamente stressante. A solução, defendem, não passa por ensinar os condutores a gerir melhor o stress, mas sim por repensar as cidades. Tornar os espaços urbanos mais habitáveis, com melhores alternativas de mobilidade e soluções inteligentes para problemas como o estacionamento, é visto como o caminho crucial para devolver a tranquilidade a quem se desloca.

A pergunta que fica não é tanto “como conduzimos?”, mas sim “porque é que temos de conduzir assim?”. A resposta poderá ditar se o barómetro do stress nas estradas portuguesas continuará a subir.

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