Ex-CEO famoso pela fuga cinematográfica, volta a dar palpites sobre a crise na Nissan – e, claro, não poupa críticas.
Se há algo que Carlos Ghosn sabe fazer – além de escapar à justiça dentro de uma caixa de equipamento de som – é dar declarações bombásticas. O ex-CEO da Nissan, que desde 2019 vive como “fugitivo VIP” no Líbano, decidiu mais uma vez opinar sobre os rumos da construtora japonesa. E, como sempre, não usou meias palavras: segundo Ghosn, a Nissan está “desesperada” e só sobrevive graças à “caridade” da concorrência.

Em entrevista à BFM TV, Ghosn, que já foi apelidado de “salvador da Nissan” nos anos 2000, disparou: “Eu avisei que isto ia acontecer! A Nissan tornou-se uma empresa burocrática, lenta e… aborrecida.” E completou: “Se eu lá estivesse, isto não estaria a acontecer.”
E a fuga? Ah, isso é pormenor…
Recorde-se que Ghosn ficou famoso por escapar do Japão, alegadamente escondido numa caixa de equipamentos de som (ou não – ele nega, mas a história é demasiado boa para não se aproveitar).
Enquanto a Interpol continua à sua procura, o ex-executivo vive tranquilamente no Líbano, dando entrevistas e, aparentemente, divertindo-se com a crise da sua ex-empresa.
A “Fusão Desesperada” que ninguém quis
Ghosn também comentou a breve aproximação entre a Nissan e a Honda, que chegou a ser considerada uma megafusão salvadora – até a Honda admitir que, na verdade, queria absorver a Nissan. “Foi um movimento desesperado”, disse Ghosn, que já tinha previsto o fracasso. “Não faz sentido juntar duas empresas perdidas para criar uma super-perdida.”
Entretanto, a marca japonesa tenta reinventar-se com novos modelos, mas, segundo Ghosn, “lançar carros novos não adianta se a gestão continuar emperrada”.
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