Sistema de fecho automático de porta de BMW dá origem a indemnização milionária, mas cliente ferido diz que perdas foram maiores.
Uma falha no sistema de fecho automático de uma porta esteve no centro de uma disputa judicial que se arrastou durante quase uma década. O caso remonta a 2016, quando Godwin Boateng, residente em Nova Iorque, sofreu um acidente invulgar: a ponta do seu polegar direito foi amputada pelo mecanismo de fecho automático do seu BMW X5.
O incidente ocorreu quando a porta do veículo, entreaberta, iniciou o processo de encerramento automático enquanto a mão de Boateng ainda se encontrava no batente. O proprietário argumentou em tribunal que a fabricante alemã foi negligente ao não equipar o sistema com sensores de deteção de obstáculos, uma tecnologia já comum nos vidros elétricos das janelas, que poderia ter evitado o acidente.
A BMW, após inspecionar o veículo, isentou-se de responsabilidade, afirmando que o mecanismo funcionava conforme as especificações. A empresa recusou-se a cobrir quaisquer danos ou indemnizações pela lesão.
Contudo, Boateng interpôs uma ação contra a construtora automóvel, sustentando que o ferimento lhe traria prejuízos financeiros significativos, estimados em três milhões de dólares, devido ao impacto na sua carreira.
O veredito, proferido no ano passado, foi favorável ao proprietário. Um júri atribuiu a Boateng uma indemnização total de 1,9 milhões de dólares. Este valor foi distribuído para cobrir despesas com salários perdidos e, principalmente, compensações por dor e sofrimento, tanto passados como futuros.
A BMW tentou reverter a decisão através de recursos legais, mas sem sucesso. A última instância judicial manteve a sentença inicial, reforçando que a fabricante incorreu numa “omissão enganosa” por não alertar os condutores sobre os riscos de colocar as mãos na trajetória de fecho das portas.
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