Com vendas a afundarem-se, a Tesla parece ter encontrado um comprador de último recurso: e é o próprio Musk.
A Tesla Cybertruck, apresentada com um design disruptivo que prometia abalar os alicerces da indústria automóvel, está a tornar-se num pesadelo logístico para a Tesla. Anúncios épicos, reservas iniciais na casa das centenas de milhares e uma aura de produto quase ficcional não foram suficientes para travar uma sucessão de relatos de problemas de qualidade e um desinteresse generalizado dos condutores.
Perante um stock que não para de crescer e vendidas que não descolam, a Elon Musk adotou uma estratégia tão criativa quanto desesperada. E a pergunta que se impunha era: quem quer comprar as Cybertrucks que ninguém parece querer?
A resposta, segundo revelam movimentos financeiros e entregas recentes, é o próprio Musk.
Genial ou paliativo?
Sim, Elon Musk está, efetivamente, a comprar as suas próprias pick-ups invendáveis através das suas outras empresas. A SpaceX e a xAI tornaram-se nos clientes de eleição para dar uma saída artificial ao stock da Cybertruck. De acordo com a publicação especializada Electrek, centenas de veículos foram recentemente entregues nas instalações da xAI, a startup de inteligência artificial de Musk. Do mesmo modo, a SpaceX iniciou um processo para renovar a sua frota de veículos de empresa, substituindo-os por Cybertrucks – um movimento confirmado por Wes Morrill, engenheiro-chefe do projeto, na rede social X.
Esta solução interna serve como um paliativo para um problema colossal. A performance comercial do veículo é, nas palavras de um analista, “desoladora”. Depois de Musk ter projetado a venda de 250.000 a 500.000 unidades anuais, a realidade é bem mais modesta: estima-se que, em 2025, as vendas totais não ultrapassem as 20.000 unidades. No terceiro trimestre, a Tesla vendeu apenas 5.385 Cybertrucks, um número que justificou o abrandamento da linha de produção e a realocação de trabalhadores para o Model Y.
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