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Alerta: O seu carro pode ter um airbag com defeito?

A polémica em torno dos airbags defeituosos da marca japonesa Takata continua, mais de uma década após os primeiros alertas sobre acidentes e riscos associados ao seu uso. Agora, cinco grandes fabricantes automóveis foram denunciados por continuarem a utilizar estes dispositivos de segurança potencialmente perigosos.

Em 2016, registaram-se 11 mortes em todo o mundo devido a falhas neste componente, que podia explodir em caso de colisão, libertando fragmentos metálicos. Na altura, o fabricante foi obrigado a recolher 33 milhões de veículos nos EUA, afetando 14 marcas diferentes.

Desde então, os recalls relacionados com estes airbags têm sido constantes. Um relatório do *The New York Times* (2020) revelou que estes dispositivos eram mais baratos – cerca de 30% em comparação com os da concorrência –, o que explicaria a sua utilização generalizada. No entanto, anos depois, o problema persiste e volta agora a estar no centro das atenções.

Há um ano, na vizinha Espanha, a Organização de Consumidores e Utilizadores (OCU) emitiu um alerta para a revisão de 350.000 veículos da Seat, fabricados entre 2009 e 2010, que poderiam estar equipados com airbags defeituosos. Estes dispositivos, que se degradam com o tempo, podem libertar estilhaços quando ativados, colocando os ocupantes em risco. Agora, cinco grandes fabricantes foram formalmente denunciados por continuarem a usar os airbags da Takata.

Cinco fabricantes denunciados em França
A associação de consumidores francesa “UF-Que choisir” apresentou uma queixa contra a BMW, Volkswagen, Mercedes-Benz e Toyota, acusando-as de demorarem anos a retirar os airbags defeituosos, apesar dos riscos serem conhecidos desde 2014. A denúncia junta-se a uma outra já interposta este ano contra a Stellantis.

Segundo a associação, estes airbags podem explodir de forma descontrolada, projetando metais que causam ferimentos graves ou fatais, mesmo em colisões leves.

Acusações de Fraude e Pôr Vidas em Risco
A “UF-Que choisir” alega que os fabricantes forneceram informações “tardias, opacas e incompletas” aos consumidores. A queixa, apresentada ao Tribunal de Versalhes, inclui acusações de práticas comerciais enganosas, fraude agravada e colocação deliberada de vidas em perigo.

A associação sublinha que o problema não é do passado: em março de 2025, uma pessoa morreu na ilha francesa da Guadalupe devido à explosão de um airbag Takata num Toyota.

Causa dos Defeitos
Investigadores da NHTSA (EUA) concluíram que a humidade infiltrada no inflator do airbag causa a sua degradação ao longo do tempo. Entre as marcas que historicamente usaram estes dispositivos estão Honda, Toyota, BMW, Chrysler, Ford, Mazda, Mitsubishi, Nissan, Subaru e General Motors.

 

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